Donovan Mitchell e o brilho coletivo do Cavalires

Para vencer com o Cavs, Donovan Mitchell precisou desaparecer um pouco

Em meio às críticas e expectativas, Donovan Mitchell vive sua temporada mais madura ao aceitar um papel menos brilhante, porém mais essencial para o Cleveland Cavaliers.

O sacrifício de Donovan Mitchell é sempre esquecido — e até mesmo mal interpretado — em relação às estatísticas. Na temporada 24-25, Mitchell teve menos pontos de média em relação às suas duas primeiras temporadas em Cleveland, o que não significa que seja uma regressão, mas sim uma evolução: aceitar dividir o seu protagonismo com seus companheiros de time — algo bem incomum para uma estrela na NBA.

“Estatisticamente, este é um ano abaixo, se quiserem chamar assim. Mas esta tem sido a melhor temporada em grupo para mim, e o que realmente importa é vencer.” — Donovan Mitchell, sobre priorizar o sucesso coletivo ao invés de estatísticas pessoais.

Esse sacrifício teve reflexo na evolução de seus companheiros de time, Darius Garland e Evan Mobley — parte dos pontos cedidos foi para ambos.

Nesta temporada, Donovan Mitchell e Darius Garland reencontraram o equilíbrio em quadra. Depois de um ano de ajustes, Mitchell parece ter compreendido melhor o espaço de Garland como armador principal e tem trabalhado para que a dupla funcione de forma mais fluida. Ele tem feito o possível para não sobrecarregar DG, dividindo a responsabilidade de iniciar jogadas e permitindo que Garland reencontre seu ritmo com confiança. Mesmo sendo um pontuador nato, Mitchell tem mostrado maturidade ao adaptar seu jogo em nome da química da dupla — uma parceria que, quando bem alinhada, coloca os Cavaliers em outro patamar.

> “Ele apenas quer que eu seja a melhor versão de mim mesmo, e eu quero o mesmo para ele também.” — Darius Garland, sobre o apoio mútuo com Mitchell.

Além de fortalecer a parceria com Darius Garland, Mitchell também tem sido um mentor silencioso para Evan Mobley. Sua presença experiente e competitiva obriga Mobley a crescer — não apenas tecnicamente, mas mentalmente. Mitchell cobra, incentiva e eleva o padrão, ajudando o jovem a entender o que significa competir em alto nível.

“Ele capacita os outros de forma sutil, não de maneira ostensiva.” — Técnico Kenny Atkinson, elogiando a liderança discreta de Mitchell.

Abrir espaço para os outros companheiros de time não significa que ele não possa assumir o jogo. Um exemplo disso foi uma vitória contra o Boston Celtics, no começo de dezembro, em que, apesar de ter um desempenho abaixo no primeiro tempo, Mitchell teve um quarto período de 20 pontos, sem errar nenhum arremesso, levando seu time a uma vitória de virada.

Donovan Mitchell sabe a hora de dar um passo para trás — e o momento de assumir o jogo. Este ano, a expectativa é que Mitchell não seja mais o exército de um homem só — como aconteceu ano passado, quando carregou o seu time nas costas com um joelho lesionado —, mas, sim, que possa ter companhia e contar com a profundidade do time de Cleveland para uma corrida rumo ao título, para que seu sacrifício tenha valido a pena.

Nem toda estrela brilha sozinha. Em Cleveland, Donovan Mitchell entendeu que dividir a luz não apaga seu brilho — pelo contrário, o torna ainda mais indispensável.

NOTA DA REDAÇÃO: Você conferiu uma análise escrita originalmente no Medium, adaptada por Manuela Martins para o Cavalanche no Brasil.

Créditos da imagem: X @cavs

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2 comentários em “Donovan Mitchell e o brilho coletivo do Cavalires”

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