Quando as luzes estão mais fortes, Jarrett Allen aparece sem precisar delas
Nessa temporada vitoriosa do Cleveland Cavaliers, sempre são falados os mesmos nomes: ”Donovan Mitchell é o rosto da franquia”, “Darius Garland está tendo a sua temporada de recuperação “, “ Evan Mobley é a estrela promissora…”. Mas, uma parte indispensável desse sucesso está sendo ignorada e desprezada pela mídia, até mesmo pelos seus torcedores.
Quando as luzes estão brilhantes, é Jarrett Allen que parece. Mesmo que for para fazer enterrados insanas, pegar rebotes, ou até mesmo fazer bloqueios, mas o problema é que ele nunca tem seu nome citado ou o reconhecimento do jeito que merece. Não importa se é contra o melhor ou pior time da liga, ele sempre vai fazer a sua presença e a sua energia serem sentidas na partida.
Na partida mais aguardada da temporada — Cavs vs OKC, no dia 8 de janeiro —, Allen foi o cestinha. Ele lutou por todas as poses do jogo, dominou a área pintada e as duas tabelas, com ganchos inteligentes, cravadas e rebotes, assim fazendo a maior defesa da liga não ter respostas para ele, levando uma vitória importantíssima para o seu time.
Outro exemplo, foi contra o Brooklyn Nets, em que o ataque estava atolado na lama e seus companheiros de time estavam desanimados. Allen entrou no jogo impondo sua energia e transformando-na em rebotes ofensivos e vários pontos seguidos, conquistando novamente a vitória dos Cavaliers.
“Ele é literalmente nosso coração e nossa alma…. Ele nem sabe o que significa para esse time”- disse, Darius Garland.
Mesmo com vários desempenhos importantes, o pivô foi o único das estrelas de Cleveland a ficar de fora do All-Star Game. As médias de pontos, o patrocínio de marcas de tênis famosas, são infelizmente as coisas que falam mais alto do que desempenhos consistentes, comprometimento e talento.
Jarrett Allen é um pivô tradicional, em uma liga moderna reconhecida por arremessos de três e espaçamento de quadra. Muitas vezes deixado de fora das retas finais das partidas por não espaçar a quadra. Mas ao invés de ficar irritado, Allen aceita seu papel no time e torce por seus companheiros de equipe que estão no seu lugar.
“Acho que a pessoa sempre se destaca em primeiro lugar”, disse Atkinson quando perguntado sobre o que mais aprecia em Allen, que ele treinou durante sua temporada de estreia no Brooklyn Nets. “A pessoa e, depois, o companheiro de equipe que ele é. E acho que a terceira coisa é que ele é treinável. Quando você tem essas características, isso faz parte da nossa vitória. Ele é uma parte importante disso e altruísta além do necessário.”
Vendo Allen jogar, lembra da época em que os jogadores levavam a NBA mais a sério. Quando os jogos eram feitos na pintura, em que pivôs preferiam dar ganchos e enterradas do que ir para longe arremessar. Quantos jogadores da NBA atual você viu valorizar as pequenas coisas, como querer jogar os 82 jogos ou comemorar a conquista da divisão?
“O que fizemos? Ah, conquistamos a Divisão Central,” disse Allen rindo. “Isso é algo. Nos divertimos esta noite. Ainda celebremos as pequenas coisas.”
As pessoas precisam aprender a valorizar mais as pequenas coisas. Não patrocínios, posição no draft, mas sim determinação e comprometimento.
O basquete ético de Jarrett Allen é inestimável e DEVE ser mais reconhecido.
“Allen não é chamativo. Ele não está em busca de jogadas de destaque. Ele só quer ser consistente e confiável quando o time precisa dele.” disse Ethan Sands, do site cleveland.com.
Nota da Redação: Você conferiu uma análise escrita originalmente no Medium, durante a temporada regular, adaptada por Manuela Martins para o Cavalanche no Brasil.
Foto: NBA.com / Divulgação
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