Será que o Cavaliers tratou de varrer as incertezas junto com o Heat?
55 pontos de vantagem e uma mensagem clara: o Cavaliers está pronto
Será que o Cavs tratou de varrer as incertezas junto com o Heat?
Há dois anos, diante daquela eliminação precoce por 4-1 pelos Knicks, não era possível ver a luz no fim do túnel, tampouco se imaginar um cenário como o atual. Atualmente, os Cavaliers venceram uma série varrendo o Heat, com placar de 138-83, com uma margem de 55 pontos de diferença, sendo a quarta maior vantagem da história dos playoffs.
Existe um abismo entre o Cavs do passado e o atual. O resultado da era Kenny Atkinson não trouxe apenas um plano de treinamento excepcional, mas também um novo tipo de abordagem, maturidade e uma mentalidade vencedora.
O que difere o passado do presente é a coletividade e a profundidade. Nesses playoffs, por exemplo, não é mais preciso o exército de um homem só do Donovan Mitchell — como no ano passado, em que Mitchell marcou 50 dos 96 pontos do Cavs na derrota do jogo 6 contra o Magic —; este ano, o Cavaliers venceu o Heat no jogo 3 com 37 pontos de diferença, com o Mitchell marcando apenas 13 pontos.
Atualmente, o coletivo é uma das maiores riquezas da equipe de Cleveland. No jogo da eliminação do Miami, o banco do Cavs marcou 73 pontos (dez a menos que o total de pontos feitos pelo Heat). Essa afirmação nunca pareceria uma realidade no passado, já que o time era totalmente dependente do Donovan Mitchell.
Uma outra curiosidade nessa pós-temporada é que sete jogadores do Cavaliers têm médias de pontos por jogo de dois dígitos: Darius Garland (24), Donovan Mitchell (23.8), Ty Jerome (16.3), Evan Mobley (16.3), Jarrett Allen (14.3), De’Andre Hunter (13) e Max Strus, o fator X da série (11).
Reputações não são fáceis de serem alteradas, e as incertezas provavelmente não foram varridas junto com o Heat. Porém, uma varredura de um time de play-in diz muito mais do que parece. A coletividade e a resiliência são motivos para serem apontados como o diferencial neste ano, mas o que realmente parece ter mudado foi a mentalidade da equipe.
“Quando estamos jogando no nosso melhor, sentimos que somos os melhores da NBA. Mas são os lapsos mentais. São as pequenas coisas que podemos controlar. Como lidamos continuamente com essas situações? Esse desespero de que falo — não importa se é 3-0, 4-0, 3-2, seja lá o que for. Entender que somos nós contra nós. Nossos erros, que possivelmente agravamos, podem levar a colapsos, que podem levar a derrotas. Entender que temos que ser perfeitos e tentar jogar da forma mais perfeita possível.”
Com isso, Mitchell acredita que a equipe não se contentou apenas com uma campanha de 64 vitórias e uma série de primeira rodada, mas em conquistar o objetivo maior — o que deve ser feito com muito foco.
“Esta não é a minha primeira vez na segunda rodada. Não é a minha primeira vez como cabeça de chave número 1… Tenho a sorte de ter uma segunda chance. Não jogamos para ter uma temporada de 64 vitórias e ficarmos felizes. Jogamos para ganhar um campeonato.” — disse Donovan Mitchell.
Os Cavaliers precisam provar que não são apenas um time de 82 jogos, no qual terão a chance de provar no decorrer dos playoffs. O próximo desafio do Cavaliers são as semifinais da Conferência Leste contra o Indiana Pacers, um time muito mais desafiador que o Miami Heat — um outro desafio contra eles mesmos.
Nota da autora: essa matéria foi originalmente publicada em 29 de abril de 2025, no final da série entre Cavaliers e Heat.
Foto: NBA.com / Divulgação
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